terça-feira, 22 de setembro de 2015

Doenças Ocupacionais do Trabalho

A importância da Segurança no Trabalho nas empresas

A importância da Segurança no Trabalho nas empresas

Segurança no trabalho
Números alarmantes sobre acidentes e doenças diretamente relacionadas ao ambiente de trabalho têm contribuído para conscientizar as empresas sobre a importância de investir na Segurança do Trabalho. Relatório divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que estas causas são responsáveis pela morte de cinco mil trabalhadores por dia no mundo.
Somadas à realidade de que a maioria da força trabalhista mundial não tem à sua disposição segurança preventiva, serviços médicos, ou até mesmo compensação para acidentes ou doenças, as estatísticas apontam para um só caminho. A Segurança do Trabalho é o conjunto de medidas adotadas para minimizar os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do funcionário.
Para os empresários que ainda acreditam que investir em Segurança do Trabalho é um gasto desnecessário, vale a dica de que, sim, ela reflete no bolso do trabalhador, mas também, e principalmente, no do empregador. Mas quais são os gastos evitados por uma empresa que aposta neste investimento? Para citar apenas alguns: gastos com transporte do funcionário acidentado, com afastamentos causados por doenças ocupacionais, com contratação de mão de obra temporária ou permanente para ocupar o lugar deixado pelo trabalhador acidentado, com prejuízos materiais e com indenizações e com ações na justiça trabalhista civil, entre outros.
Além disso, vale ressaltar que a Segurança do Trabalho possibilita a realização de um trabalho mais organizado, e, como consequência, ao aumento da produção, já que, em um ambiente mais agradável e seguro, os funcionários produzirão mais e com melhor qualidade. Outro benefício é a melhoria no ambiente de trabalho e nas relações entre patrões e funcionários.
Todo cuidado é pouco para evitar as doenças, que surgem lentamente e, na maioria das vezes, são difíceis de serem caracterizadas e registradas. Entre as principais estão: asma ocupacional, lesão por esforço repetitivo, distúrbios osteomusculares, perda auditiva induzida por ruído, pneumoconioses e distúrbios relacionados à saúde mental.
Para ficar de olho na segurança de toda a equipe, a empresa deve contar com um quadro de Segurança do Trabalho composto por um time multidisciplinar com Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho, formando o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT). Os empregados devem formar também a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), que tem como objetivo prevenir acidentes e doenças decorrentes do trabalho, preservando a saúde e a vida do trabalhador.
A Segurança do Trabalho é definida por normas regulamentadoras e leis da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABT), que obrigam as empresas a se organizar. Cada segmento profissional possui suas próprias regras. O Brasil também segue as convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho.

AGRICULTURA

Agricultura:Qualidade de vida passa pela Seg. e Saúde no Trabalho

Nos tempos de hoje, quem trabalha na agricultura também exige qualidade de vida, nomeadamente um trabalho digno, seguro, com saúde e bem-estar. Claro que não é fácil alcançar este objetivo, uma vez que esta atividade abrange as pequenas explorações, os meios financeiros quase sempre são escassos e as condições climatéricas nem sempre são assim tão satisfatórias.
No entanto, é importante melhorar diversos aspectos da atividade agrícola, particularmente no que diz respeito à segurança e saúde no trabalho. É inaceitável que ainda aconteçam tantos acidentes neste setor de atividade, sem falar das inúmeras doenças que, embora não reconhecidas como tal, são claramente doenças profissionais.



Dia do TS

No Brasil, o técnico em segurança do trabalho, é um profissional com formação de nível médio, regulado pela Lei nº 7.410, de 27 de novembro de 1985 . Dentre suas atribuições, destacam-se a informação do empregador e dos trabalhadores sobre os riscos presentes no ambiente de trabalho e a promoção de campanhas e outros eventos de divulgação das normas de segurança e saúde no trabalho, além do estudo dos dados estatísticos sobre acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. No Brasil, o dia do técnico em segurança do trabalho é comemorado em 27 de novembro.
A Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) registra que este profissional elabora, e/ou participa da elaboração e implementação de política de segurança e saúde no trabalho; realiza auditoria, acompanhamento e avaliação na área; identifica variáveis de controle de doenças, acidentes, qualidade de vida e meio ambiente. Desenvolve ações educativas na área de saúde e segurança do trabalho; participa de perícias e fiscalizações e integra processos de negociação. Participa da adoção de tecnologias e processos de trabalho; gerencia documentação de sst; investiga, analisa acidentes e recomenda medidas de prevenção e controle, entre outras funções.
As empresas podem ser obrigadas a contratar técnicos em segurança do trabalho para integrar o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), dependendo de sua classificação e número de empregados.
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Câncer Ocupacional

Câncer ocupacional
O câncer ocupacional é originado devido a exposição a agentes carcinogênicos presentes no ambiente de trabalho, mesmo após a cessação da exposição; representa de 2% a 4% dos casos de câncer. Os fatores de risco de câncer podem ser externos (ambientais) ou endógenos (hereditários), estando ambos inter-relacionados e interagindo de várias formas para dar início às alterações celulares presentes na etiologia do câncer. A má qualidade do ar no ambiente de trabalho é um fator importante para o câncer ocupacional. Durante pelo menos oito horas por dia os trabalhadores estão expostos ao ar poluído, pondo seriamente em risco a saúde. Quando o trabalhador também é fumante, o risco torna-se ainda maior, pois o fumo interage com a capacidade cancerígena de muitas das substâncias.
Alguns tipos de agentes causadores:
Agentes químicos:
• Agrotóxicos;
• Amianto (ou asbesto);
• Sílica;
• Benzeno;
• Xileno;
• Tolueno.
Profissionais expostos a estes agentes são, principalmente, agricultores, operários da indústria química e construção civil, trabalhadores de laboratório, mineradores etc.
Agentes físicos:
• Radiação ionizante: partículas alfa, beta, raios gama, raios-X, nêutrons e outros.
Os trabalhadores afetados são os que trabalham na indústria nuclear ou próximos a equipamentos que emitam radiação (por exemplo: em instituições médicas ou em laboratórios). O dano pode ocorrer no
nível celular ou molecular, quando o controle do crescimento é rompido, permitindo o aumento descontrolado de células cancerosas, uma vez que a radiação ionizante tem a habilidade de quebrar os elos químicos dos átomos e moléculas, produzindo um potente carcinógeno.
• Radiação não-ionizante: exemplo, luz solar que é composta de:
- Radiação ultravioleta (UV), invisível aos olhos;
- Luz visível;
- Radiação infravermelha, que é a principal fonte de calor, mas também não é visível.
Trabalhadores afetados são os que executam suas atividades ao ar livre ou em áreas onde recebem grande reflexo da luz solar, ou ainda, trabalhadores que utilizam intensa radiação de UV, como soldadores.



Fatores que influenciam o desenvolvimento do câncer ocupacional:

• Dose diária absorvida;
• Tempo de exposição;
• Idade;
• Doença preexistente;
• Suscetibilidade individual;
• Predisposição genética;
• Outros fatores, como tipo de alimentação, estresse, fumo...
A prevenção do câncer de origem ocupacional deve abranger:
1 - a remoção da substância cancerígena do local de trabalho, os compostos cancerígenos devem ser substituídos por outros mais seguros;
2 – o controle da liberação de substâncias cancerígenas resultantes de processos industriais para a atmosfera;
3 – o controle da exposição de cada trabalhador e o uso rigoroso dos equipamentos de proteção individual (máscaras e roupas especiais);
4 - a boa ventilação do local de trabalho, para se evitar o excesso de produtos químicos no ambiente;
5 - o trabalho educativo visando a aumentar o conhecimento dos trabalhadores a respeito das substâncias com as quais trabalham, além dos riscos e cuidados que devem ser tomados ao se exporem a essas substâncias;
6 - a eficiência dos serviços de medicina do trabalho, com a realização de exames periódicos em todos os trabalhadores que devem ter direito à saúde integral por tempo indeterminado;
7 - a proibição do fumo nos ambientes de trabalho, pois, como já foi dito, a poluição tabagística ambiental potencializa as ações da maioria dessas substâncias.
Para isso se faz necessário o envolvimento de órgãos governamentais para a criação de leis que proíbam a exposição a qualquer concentração de substâncias que, comprovadamente, provoquem câncer no homem, obrigando os empregadores a informar seus empregados sobre os riscos a que estão expostos no ambiente de trabalho, manter um programa de exames médicos periódicos e adotar programas de proteção individual, através da utilização de equipamentos mais adequados.
Portanto, a exposição ocupacional deve ser valorizada em políticas de prevenção de câncer, principalmente em países em desenvolvimento.